Mariana?
carregando comigo esse fardo de uma tristeza sem fim, uma melancolia que sussurra a cada noite e a cada dia, me lembrando que, na distimia, a vida é um eterno quase, um estado de ser que nunca se completa, que nunca se alivia.
E assim, sigo adiante, não por escolha, mas porque o tempo não para, e eu, preso nesse ciclo, percorro os mesmos caminhos, buscando uma saída que talvez não exista,
Gostaria de sentir a plenitude, de me afogar em um rio de emoções, mas encontro apenas o vazio, o tédio, a quietude que pesa como uma rocha amarrada ao peito.
As horas passam como sombras, longas e arrastadas, e eu me perco em pensamentos que não levam a lugar algum, que apenas circulam nesse labirinto sem saída que se tornou minha mente.
Caminho por entre os dias como um estranho em minha própria vida, sem força para fugir, sem coragem para ficar. É um meio-termo constante, uma espera sem fim por algo que talvez nunca venha, por uma clareira nesse bosque denso onde a esperança se esconde, sempre além do meu alcance.
Há um peso em cada amanhecer, uma bruma que esconde a cor das coisas simples, transformando tudo em tons de um desbotado que só eu enxergo. Os sorrisos dos outros parecem distantes, ecos de uma alegria que não sei alcançar, como se o mundo girasse em uma frequência que não me toca.
vida é um eco distante, um murmúrio que se dissolve antes de alcançar meu coração, que bate em um ritmo lento, cansado, afogado em águas rasas de uma tristeza que não cessa, mas também não explode em pranto.
E sigo nesse eterno conflito, desejando, mas temendo, querendo, mas fugindo, um paradoxo que carrego, onde o ódio, sem controle, me impede de ser a simplicidade do amor.