Por fim falarei sobre o tratamento de uma sociedade capitalista e capacitista que nos nega a dignidade ao reprovar o uso de acessórios necessários à nossa adaptação. O tratamento pra esta doença chamada capitalismo não é um remédio, mas sim uma união da classe trabalhadora chamada revolução.
Nunca deixaremos de ser neurodivergentes, mas podemos sim melhorar as condições de vida e dar visibilidade à esta identidade que nos traz uma série de dificuldades, mas com as adaptações necessárias podemos desempenhar muito bem nosso papel na sociedade, mas nossa está doente e precisamos tratá-la.
Pessoas neurodivergentes se sentiriam melhor se seus comportamentos fossem normalizados, mas esta é apenas 1 das faces da neurodivergência. Precisamos de + acesso ao trabalho e emprego dignos, ambientes educacionais q nos comportem e a possibilidade de utilização de acessórios para nosso conforto.
Na neurodivergência temos as deficiências onde teremos dificuldades inerentes às condições de cada indivíduo. Ao mesmo tempo ela se impõe como uma identidade, pois ñ se consegue separar onde termina à personalidade e onde começa a neurodivergência, sendo 1 relação dialética entre as 2 condições.
Portanto estes transtornos do comportamento não se caracterizam uma doença, pois não há uma cura e nem haverá. Costumo pensar que as neurodivergências podem ser encaixadas tanto uma categoria de deficiência (por trazer dificuldades inerentes ao indivíduo) quanto uma identidade como as de gênero.
Comportamentos reguladores do TEA podem trazer alívio do estresse gerado por uma interação social intensa q pode ser considerada normal para um neurotipico. Normalmente o autista tem hipersensibilidades ou hipossencibilidades referentes aos sentidos o q pode levar à sobrecarga e à auto estimulação.+
Mas a adaptação destes indivíduos pode ser facilitada por uma terapia ocupacional ou ABA bem feita, mas como as clínicas ABA não tem 1 protocolo unificado de terapia fica difícil determinar a sua efetividade para todos os indivíduos autistas. Pois pode levar a extinção de comportamentos reguladores.
O mesmo pode acontecer no TEA, mas as apresentações deste último transtorno podem ser mais variadas e, muitas vezes, os indivíduos podem ser confundidos com pessoas neurotipicas devido à adaptação destes indivíduos. O curioso é que isso pode acontecer mesmo sem terapia e tratamentos... +
Na síndrome de down, por exemplo, é comum que os indivíduos tenham uma inteligência muito abaixo da média, entretanto muitos indivíduos se mantém funcionais através do acesso às terapias cognitivas e tratamento das tais comorbidades (podemos chamar de dificuldades acessórias) e ter uma vida normal.
Na síndrome de savage, por exemplo, o indivíduo costuma ter uma ilha de habilidades (hiperfuncionamento) em combinação com uma inteligência geral abaixo da média (hipofuncionamento) em outras áreas. Mas também existem outras apresentações deste transtorno, mas esta é a descrição clássica. +