Um rei do mar na história de Jullanar, nas Mil e Uma Noites, tem o mesmo nome da salamandra. Amo o fascínio desse animal nos contos e lendas, a salamandra do fogo, do vulcão, a imortal salamandra purificadora, venenosa, pétrea e fria de umidade, e agora esse Samandal, rei do mar, a água primeira.
Penoso...
Abóbora, essa proparoxítona tão bela e de cor terrosa e doce como o alaranjado de sua carne.
Nunca nem ouvi falar, socorro!
Do que nos restou de Safo, às vezes me lembro de Sárdis, onde as meninas usam fitas douradas para amarrar os cabelos, a cidade na Lídia de encantos que só a distância oferece, e uma dupla distância no espaço e no tempo. Essa Sárdis, a mesma de sempre que só faz sumir na perfeição de fitas no cabelo.
Gosto muito das substâncias que aparecem no mundo como cor, pedra, aroma, ânimo, luminosidade, requinte, virtude, densidade... Âmbar, por exemplo.
Sonhamos com gatos e eles são animais iguaizinhos àqueles do mundo desperto, o que é um sinal da aptidão dos gatos para a noite. E quando sonhamos com cavalos, a presença deles difere entre os dois mundos, como se algo se revelasse tanto aqui quanto lá. Uma hípica dos sonhos, um segredo desperto.
Que luzes lindas, meus deus!
Os gatos andando nos muros estreitos entre as casas, nos bairros onde quase não há ruas estreias e planas. São grandes ruas vazias de trânsito, vias cheias de vento e folhas e fragmentos florais de sabe-se lá quais plantas, e os gatos silenciosos equilibrando algum rigor no meio de tanta largueza.