Minha impressão é que o Erico Verissimo traduziu tanto romance policial que pegou a manha do ritmo (não tem uma palavra sobrando) e da construção de personagens (não tem herói). Quando eu era adolescente, o Capitão Rodrigo era como uma espécie de Zorro gaúcho. Mas ele é mais encrenqueiro que herói.
Quando eu soube que vínhamos morar em Münster, quis descobrir o máximo que pudesse sobre a cidade. Descobri que José Saramago escreveu uma peça de teatro sobre um episódio histórico em que a bancada evangélica tomou conta da cidade, em 1535, e foi o desastre que a gente imagina. amzn.to/47cpi5e
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Se você voltar para o primeiro romance dele, Clarissa, de 1933 já encontrará as características citadas. Os romances policiais podem ter aprimorado, mas esse é o estilo dele mesmo antes de se projetar com "Olhai os lírios do campo". Ass. Maria Valéria, por causa dele.
E que tal as personagens femininas?
Capitão Rodrigo ferrou tanto A Ana Terra que passei a ter raiva dele. Gosto do neto dele, também Rodrigo Cambará. Li no Kindle a alguns anos e reli no papel ano passado. Gosto de todos os livros e guardo um carinho as matriarcas da família e ao Fandango.
Tu leu todo continente, retrato e arquipélago?
Li já se vão uns 25 anos via Biblioteca Popular da Tijuca (um viva para as Bibliotecas de bairro do RJ). Para mim toda a saga em 7 livros continua sendo a melhor experiência literária em língua portuguesa que tive contato.
Nessa coisa de não ter palavra sobrando, lembrei duma passagem do Solo de Clarineta - memórias dele - em que ele conta como sempre detestou advérbios.
Pior que eu tô muito me coçando pra reler. Li Continente por mando do colégio e Retrato por conta própria, mas nunca li o Arquipélago, tão todos na minha lista pro ano que vem. Curioso pra saber como ele flui como adulto e não como adolescente.