Ou seja, por causa desse processo que "recicla" o átomo de cloro liberado inicialmente, uma única molécula de CFC pode levar à destruição de dezenas de milhares de moléculas de ozônio!
Os átomos de cloro liberados desequilibram a reação reversível que converte oxigênio e ozônio e vice-versa. O átomo de Cl ataca o O₃ formando ClO e O₂. O problema é maior porque o próprio ClO se desintegra, liberando o átomo de Cl para atacar outra molécula de ozônio e assim sucessivamente.
Durante os anos 1970-1990 produzimos grandes quantidades dessas substâncias depletoras, em especial os CFCs, na época amplamente adotados para refrigeração (mais de um milhão de toneladas por ano). Esses gases são inertes em condições normais, mas sob ação da radiação UV liberam átomos de cloro.
Até que se percebeu que o ozônio estava ficado bastante reduzido e constatou-se que a produção de substâncias depletoras de ozônio poderia estar colocando em risco essa barreira de proteção essencial à vida! De 1979 a 1994, a média caiu de 225 DU para 94 DU. O mínimo diário caiu ainda mais!
Durante o inverno e primavera do hemisfério sul, a concentração de ozônio na estratosfera sobre a Antártica tende a cair, mas não havia registro de ozônio total abaixo de 220 DU até que...
A região da estratosfera em que a concentração de ozônio é máxima é que é denominada de "camada de ozônio". Por ser um "gás-traço", o ozônio total na coluna atmosférica é medido em Unidades de Dobson (DU). Um valor de 300 DU equivale a uma camada de 3mm desse gás na pressão da superfície
Mas essa reação é reversível, também envolvendo a radiação UV. Ao absorver um fóton de UV, a molécula de ozônio se rompe, restituindo o O₂ e liberando um átomo de oxigênio livre. É aí que a grande maioria da radiação UV é bloqueada na estratosfera, evitando que chegue à superfície.
Em concentrações iguais a essa (ou maiores, como hoje em que o oxigênio corresponde a 21% da nossa atmosfera), moléculas de O₂ são quebradas em quantidade suficiente para que átomos de oxigênio livres (O) se combinem com outras moléculas (O₂) para formar o ozônio (O₃).
O ozônio (O₃) é uma molécula com 3 átomos de oxigênio produzida, na estratosfera, pela interação do oxigênio molecular (O₂) com a radiação ultravioleta (UV). Detalhe: não existia "camada de ozônio" até que a concentração de oxigênio na atmosfera atingiu cerca de 10%, há 600 milhões de anos.
Nesta segunda-feira, 16/09, tivemos o Dia Internacional de Proteção à Camada de Ozônio e achamos que várias lições podem ser tiradas do caso. Vamos seguir o fio?